A Inveja como condição de Doença
Como é impressionante e muito presente nas
relações afetivas entre as pessoas de hoje em dia os vários mecanismos
da inveja. Podemos presenciar e sentir este tipo de comportamento em
todos os espaços da sociedade: na família, no trabalho, em qualquer
lugar.
Existe uma literatura vasta sobre este
assunto, mas de acordo com o Wikipédia, Inveja ou invídia é um
sentimento de tristeza perante o que o outro tem e a própria pessoa não
tem, seja coisas materiais ou atributos e qualidades inerentes ao ser.
A inveja surge de uma insatisfação profunda
no ser e acontece por que aquele que deseja as virtudes do outro é
incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja
pela limitação intelectual.
Na verdade, de acordo com a literatura das
ciências do comportamento a inveja é um mecanismo psicopatológico e pode
ser um sintoma de algo muito mais complexo: um vazio e insatisfação
profunda.
Este tema sempre foi tratado historicamente
até pelas religiões. Na tradição católica, por exemplo, a inveja é um
dos sete pecados capitais que precisa ser evitado e extinto pelo devoto.
O que mais me impressiona é que este é um
problema moderno e uma erva daninha que causa mal a qualquer ser humano
mais sensível e até aos mais insensíveis. Como é chato conviver com
pessoas que sofrem deste transtorno afetivo.
A inveja pode ser expressa com palavras,
atitudes, humor e de forma subliminar com muitos disfarces e sutilezas
como aqueles comportamentos negativos e controladores; atitudes muito
amigáveis e pegajosas… Um personagem típico do invejoso, por exemplo, é
o chamado “babão ou bajulador”. Outro comportamento comum e que é
típico de pessoas super mal-educadas e grosseiras é a crítica destrutiva
e a condição de ficar fiscalizando os erros do “Outro-oponente”. Para
Melanie Klein este é um dos mecanismos mais imaturos e infantilizados da
inveja.
A inveja é, na verdade, medo que o outro
tenha sucesso e que se sobressaia. O invejoso nunca elogia, muito pelo
contrário, ele solta venenos com o intuito de menosprezar e
ridicularizar as pessoas grandiosas e motivadas. Ele deseja destruir
vorazmente o semelhante, nocauteá-lo e ri desdenhosamente da condição de
miséria e insucesso do outro. “O invejoso, portanto, torna más as
pessoas que são boas e, por não conseguir obter o que o invejado
consegue faz com que as qualidades do indivíduo invejado fiquem
escondidas”, afirma Ana Costa.
Para se proteger do invejoso, muita gente
usa algum tipo de patuá ou amuleto. Eu entendo este comportamento, por
que a energia negativa do invejoso é muito ruim, causa um grande mal.
Segundo
Marcia Homem de Melo, o
invejoso é capaz de boicotar, de fofocar, de fazer armadilhas, a fim de destruir o outro. Quer provar, ao menos para si mesmo, que ele é melhor. Mas no seu íntimo, sente-se menor do que os outros…
No que diz respeito ao invejoso, eu penso
que é oportuno recomendar um tratamento psicoterápico e até
medicamentoso se for o caso. Pois, este é um transtorno afetivo
neurótico que pode ter características borderline. A inveja patológica é
uma síndrome complexa que está presente em alguns transtornos
neuróticos e em alguns processos psicóticos.
Eu penso que esta é uma condição de doença
mental e sofrimento psíquico que afeta grande parte das pessoas e que
precisa ser diagnosticada com cuidado com o intuito de propor o
tratamento adequado. Afinal, como diz
Ana Costa ,o invejoso, sendo uma
pessoa frágil, rende-se à sua própria insignificância provocando, antes disso,
graves prejuízos na vida do invejado.
PS.: Recomendo a leitura do livro “Mal Secreto (Inveja)” da coleção Plenos Pecados do jornalista Zuenir Ventura.